sábado, 8 de outubro de 2011


02/mar.
Aonde andas, carnaval? Amargurado, sem alegria, sem lanças-perfume, sem carros alegóricos. Mesmo assim o amazonense teima em aparecer na Avenida Eduardo Ribeiro, a exibir os trapos de sua realidade e a querer apresentar seu protesto contra o regime de exceção que o massacra e debilita. Faixas alusivas desfilam ante o reforço ostensivo da polícia. Para mim, ainda é cedo demais para sabermos a que leva tamanha demora do Governo Militar em decidir pela democracia. O perigo está nisso: nenhuma tradição de luta popular e o poder em suas mãos.
* Fatos específicos do dia-a-dia, cujo teor deverá ser visto com o maior cuidado.

03/mar.
Leio os Ensaystas Peruanos, onde me detenho numa página vibrante sobre a missão do intelectual moderno. Desejos impossíveis de realizar se projetam nas viagens a bordo de algum transatlântico, como aquele que vi, pela manhã, nas paredes de uma agência de turismo.
05/mar.
Há meses que nada escrevo. Lembro-me de Oscar Wilde e dos belos dias que passei no Leblon, em 1951. Os quatro monges. A Caravana de Poetas. E o de-comer cuja falta era motivo de risos e piadas. ¨Aqui eu não sou feliz¨, como dizia o grande aspirante de Pasárgada. Mas os tentáculos que me prendem desconhecem os tormentos do artista que se estiola na aridez em que definho. Contudo, respiro e ardo nessa febre de chegar aos auges e ao termo da jornada. Que há-de ser o futuro, o agora.

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