SONETO AO MILÊNIO TERCEIRO
Ave, milênio, pássaro trazido
por um suflo de abelhas; avezinha
desse cosmosertão onde luzinha
se vê da terra, peixe adormecido.
Facto novo, talvez, mas consabido,
pois o mito é lonjura que se aninha,
quer na estrela que foi-se quer na asinha
de um beija-flor que azula, desistido.
O qual será de nós esse translume,
essa fogueira astral de plenilúnios,
essa coragem de voar, implume.
De argamassa infantil são nossos barcos.
Voltamos a ser chuva. Os infortúnios
darão vez a outros seres, menos parcos.
Belo poema, belo porvir. Em dança, em luz, em leveza, a voz do poeta firme ilumina. Abraços.
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