DUETO PARA SOPRO E CORDA
NATAL EM MEU BAIRRO
para
Almir Diniz
Depois
da chuva queda-se uma pluma
sobre
o bairro em que moro. E das janelas
vê-se o dia enrolado nas flanelas
de
um céu que cresce e aos poucos se avoluma.
Em
busca de outro azul o olhar se exuma
das
cavernas do ser; ainda mais belas
as
mãos de Deus dão sopro às aquarelas
e
as estrelas se acendem, de uma a uma.
A
pluma agora pousa na varanda
de
um pedaço de chão, onde há, contudo,
auras
e nuvens que o desterro abranda.
Corre
um frisson no ar: pelejam-se asas
por
trás da luz que paira sobre tudo,
e acolhe o
Cristo em todas estas casas.
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