segunda-feira, 7 de maio de 2012

DUETO PARA SOPRO E CORDA


CERÂMICA NATIVA

Acuti pita canhen, faz a cotia
dentro do milharal; Jurupari
lança mão de seu código mas ri
do tempo esquizofrênico em porfia.
Para Jurupari só tem o aqui.
O amanhã tira o sono que se adia
para outro sono isento de magia,
com peixes magros como um tipiti.
Acuti, milharal, caça, alegria
perto do corpo estão; o gesto em si
também é corpo, músculo, poesia.
Só tens agora, ó deus Jurupari,
estes signos gravados, todavia,
nas malhas de um sereno jabuti.

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