domingo, 2 de dezembro de 2012

AGENDA 1965,



24/nov.

Vencemos as eleições do Clube da Madrugada. A vitória do Aluísio arrastou em sua chapa uma equipe bem entrosada na sistemática do movimento. Houve aplausos em toda praça Gonçalves Dias. Só dessa maneira é possível restaurar uma vanguarda seriamente preocupada com a divulgação das artes e da cultura no Estado do Amazonas. Não houve propriamente derrotados.
* Entre papéis velhos, o início de um trabalho sobre o poeta Elson Farias, a quem conheci em 1959, quando fundamos um grupo de jograis com a função específica de levar ao povo a mensagem de consagrados e não consagrados poetas de língua portuguesa. Nosso convívio literário foi longo e proveitoso. Os ¨Jograis de Manaus¨ apresentavam-se em público, nos teatros, casas de amigos e através do rádio. Com o tempo, desfez-se.

02/dez.

A vida – dizem os poetas antigos – está sitiada pelas brumas do sono. Será então este o resultado de um encontro que o homem realiza com sua própria alma? O sono nos embala, qual um rio a dormir sob noite estrelada, indiferente às sombras que habitam suas margens. Nalguns ouros crepusculares, o sorriso dos deuses parece inextinguível.

04/05/dez.

Leio no Boletim semanal do Governo Federal da Alemanha, os seguintes trechos de uma reportagem sobre Rainer Maria Rlke, por exemplo, quanto às causas reais de seu falecimento em dezembro de 1926: ¨Sua morte foi tão sublime como sua vida. Em realidade ele veio a falecer de uma leucemia perniciosa – reconhecida tarde demais por seus médicos de sangue azul – mas a lenda sabe dizer que ele se feriu ao apanhar rosas para sua gentil admiradora, a linda Nimet Eloui Bey, da terra dos faraós. Ele morreu, portanto, por causa de um minúsculo espinho, como num conto de fadas. Ora, lendas deveriam ser conservadas, caso elas forem bonitas. Algo é certo, entretanto: o desenlace trouxe consolo para Rilke, que acreditou na morte pelas rosas.¨
* Ivens Lima me entrevista para seu programa no rádio.

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