segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

SONETO

Morto para sempre? O que dizer,

se a própria metafísica se esquece

que o pilriteiro, em ramos, não floresce

onde não há ninguém para morrer?


Morto para sempre? Ser ou não ser,

nostalgia de um quando que apetece...

O que nasce, definha; e o que amanhece

há-de ao nada, sem dúvida, volver.


Desperta-se do sono com a surpresa

de Lázaro da breve noite escura

ao lento enrubescer da natureza.


Para sempre se morre? Assim, precário

vai-se o corpo visível da impostura,

mas fica, dele, o corpo imaginário.

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