segunda-feira, 5 de maio de 2014

ROMANCE DO CASARÃO



ROMANCE DO CASARÃO


Da infância antiga, o retrato
se revela a cada toque
da luz certeira que o mata.
Vai se gastando sem ecos,
parado, mas nunca imóvel:
testemunhando, se ausenta.
Quem sabe não vive alhures
sob outros tetos servidos
por tantos outros retratos
que o tempo, a chuva, o selênio,
não pesam nem des?guram.
Nos olha, e, salvo das traças,
conta as lebres e os cavalos
de seus domínios e cercas
travando as patas do escuro.
Ninguém lhe sabe, contudo,
a que ramos pertecera,
se ramos ou se pereira,
se judeu novo ou barão.
Se sabe apenas que um dia,
brotara de uma gaveta


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